domingo, 2 de setembro de 2018

SINDICATO DOS MÉDICOS DO RIO GRANDE DO NORTE

No Rio Grande do Norte, a criação do Sindicato dos Médicos se deu em pleno período de exceção, durante a dita dura militar, página esta que merece estar jogada na lata do lixo da história. As exigências para a organização da categoria obedeciam a regras draconianas

Em maio de 1977, um grupo de médicos /preocupados com o resultado do concurso público do Ministério da Previdência a Assistência Social – MPAS, procurou discutir formas de organização da categoria para enfrentar futuros problemas. Fundou-se  primeiro, conforme a lei vigente, a Associação Profissional dos Médicos do Rio Grande do Norte, entidade considerada pré-sindical, para funcionar durante dois anos, findos os quais poderíamos solicitar a nossa Carta Sindical. O psiquiatra e comunista Hermano Paiva foi figura importante neste primeiro momento. Era presidente da Associação e, cumprindo os trâmites legais, solicitou a tal Carta Sindical, negada pela burocracia do regime militar. Tendo que se afastar da entidade para concorrer a mandato eleitoral, assumiu o então vice-presidente, dr. JOSÉ DÁCIO RODRIGUES DE CARVALHO, que desenvolveu os trâmites legais para transformar a nossa Associação em entidade sindical


Se não bastassem os entraves burocráticos, criados pelo regime ditatorial com a finalidade de dificultar a organização dos trabalhadores, os fundadores do sindicato tiveram que suplantar a desconfiança da categoria médica. Não a desconfiança dos colegas batalhadores. A questão é que sendo os médicos geralmente provenientes de meios conservadores, não viam com bons olhos essa “inovação”. Os médicos sempre foram colocados dentro da categoria de “profissional liberal”, e foi duro aceitar que a realidade, ou seja, que as relações de trabalho estavam mudando. Até hoje ainda tem médico cego e surdo para a realidade de que somos hoje trabalhadores assalariados e como tal necessitamos estar organizados para fazer valer a nossa força de trabalho e permitir um equilíbrio mais justo com o capita

A primeira diretoria da Associação Profissional dos Médicos estava assim constituída: Presidente – dr. Hermano Paiva Oliveira; Vice-presidente – dr. José Dácio Rodrigues de Carvalho; Secretário – dr. Washington Faelante Leite e na Tesouraria, a também psiquiatra dra. Aleta Fernandes Andrade da Silva. A estes profissionais o reconhecimento histórico de uma luta na qual se necessitava coragem e desprendimento, em função do  status quo vigente. Não se pode escrever a historia do sindicalismo potiguar sem fazer referência a esses colegas e outros não menos importantes na luta sindical.

Nosso sindicato foi reconhecido como tal pelo Ministério do Trabalho em 09 de novembro de 1982, através do processo de número 3000728/81. A partir daí, se dá início a formulação de um estatuto próprio e a formação e composição de uma diretoria provisória

A primeira eleição para diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio Grande do Norte ocorreu no dia 08 de abril de 1983, portanto há exatos 23 anos e tomou posse no dia 12 de maio de 1983. Estava assim constituída: Presidente – dr.Paulo de Medeiros Rocha; primeiro Vice –presidente – dr. Djacir Dantas Pereira de Macedo; segundo vice-presidente – dr.Sérvulo Antonio de H. Godeiro; primeiro Secretário – dr. Luiz Gonzaga da Silva; segundo Secretário – dr. Cipriano Maia deVasconcelos; primeiro Tesoureiro – dr.Manoel Batista de Araújo; segundo Tesoureiro – dr. José Alírio Freire. Estadiretoria dirigiu a entidade no período de 05 de maio de 1983 a 05 de maio de 1986,garantindo a legitimidade da instituição e o seu reconhecimento junto aos profissio- nais. Ficando com sua sede provisória na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, e, em seguida, mudando-se para u


A partir de então o sindicato foi se consolidando e se estruturando de modo melhor, criou-se representações sindicais em Mossoró e Caicó e, posteriormente,para outras regiões do Estado.Não podemos, neste espaço, citar todas as pessoas que foram importantes na história do sindicato. Mas, por dever de justiça, pelo que fez na Terra, pela nossa entidade e considerando a sua passagem para o Oriente Eterno, registro aqui o nome do dr. Manoel Batista de Araújo, marca indelével na memória sindical do Rio Grande do Norte. Este paraibano,casado com uma médica potiguar, a dra. Maria Lucia Fernandes Araújo, dedicou grande parte de sua vida à luta pelo interesse da coletividade médica de nosso Estado. A sociedade potiguar ainda não prestou a devida homenagem a este bravo profissional. Sugiro seu nome para um posto de saúde, rua ou outra forma de justa reverência
FONTE INTERNET


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